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A educação sexual de Laura Muller

Quem não conhece ou não ouviu falar sobre Laura Muller? Aos 38 anos, a jornalista e psicóloga Laura Muller está sempre respondendo a perguntas bem quentes como educadora sexual no programa Altas Horas, da TV Globo. Recentemente, ela deu uma entrevista que vale a pena conferir!

Por​ ​que​ ​decidiu​ ​se​ ​dedicar​ ​a​ ​esclarecer​ ​dúvidas​ ​sobre​ ​sexo?

Laura Muller – Comecei a lidar com o tema quando era editora da seção Emoções e Sexo da revista Claudia. De lá para cá, atuei como educadora em escolas, universidades, empresas, congressos científicos, na internet, televisão e rádio.

Qual​ ​a​ ​principal​ ​dúvida​ ​do​ ​adolescente?

Os jovens estão bastante preocupados com a primeira vez. Quando já transaram, perguntam sobre gravidez, o uso da camisinha, tamanho do pênis, ereção, ejaculação e como dar prazer ao outro.

Virgindade​ ​e​ ​masturbação​ ​ainda​ ​são​ ​tabus?

Ainda são, infelizmente. No fundo, a masturbação é uma prática saudável. Não faz mal à saúde, nem causa espinhas no rosto ou vicia. Quanto à virgindade, cada pessoa é que deve saber qual a hora certa de se iniciar sexualmente. Isso é uma decisão pessoal, que precisa ser pensada e bem amadurecida!

Já​ ​foi​ ​cantada​ ​por​ ​algum​ ​adolescente?

Acontece às vezes. E aí entra uma questão importante de educação sexual: adolescente deve se relacionar com adolescente e adulto com adulto. Cada um com a sua turma! Misturar os canais não é saudável para ninguém e cabe aos mais velhos estipular limites.

Existe​ ​idade​ ​certa​ ​para​ ​começar​ ​a​ ​praticar​ ​sexo?

A idade ideal é aquela em que a pessoa se pergunta: “Estou preparada para isso? Quero mesmo?” Decidido que chegou a hora, é importante aprender a usar camisinha, ir ao médico (ginecologista para as meninas, urologista para os meninos) e aprender a usar um método para evitar a gravidez . E, claro, escolher uma pessoa bacana. Isso é fundamental!

Existe​ ​hora​ ​de​ ​parar​ ​de​ ​praticar?

Não. A gente pode fazer sexo a vida inteira. Basta sentir desejo!

As meninas de hoje são mais conscientes sobre a importância de usar preservativo ou​ ​ainda​ ​acham​ ​que​ ​isso​ ​é​ ​responsabilidade​ ​do​ ​menino?

Estão mais conscientes, sim, mas ainda temos muito a aprender. Por exemplo: não é porque o namoro ficou sério (e isso na adolescência significa muitas vezes estar junto há dois meses) que o casal está liberado da camisinha. Tem que usar sempre!

Nas​ ​palestras​ ​que​ ​você​ ​faz​ ​aos​ ​pais,​ ​quais​ ​as​ ​perguntas​ ​mais​ ​frequentes?

Como lidar com a sexualidade dos filhos, como orientá- los, quais os limites, as novas regras… Mas também querem saber sobre gestação, doenças sexualmente transmissíveis e a prática sexual em si.

Os pais de hoje aceitam melhor que os filhos tenham vida sexual ativa antes do casamento?

Sim, estão mais abertos aos diálogos e mais interessados em educação sexual.

A gravidez na adolescência ainda é fruto da falta de informação ou é mais uma questão​ ​de​ ​descuido?

Os dois. É muito difícil começar a vida sexual com toda a responsabilidade que ela requer. Por isso, pais, professores e educadores precisam se engajar na questão da educação sexual.

O​ ​que​ ​ainda​ ​assusta​ ​mais​ ​os​ ​pais:​ ​gravidez,​ ​doenças​ ​ou​ ​homossexualidade?

De tudo um pouco. E é sempre bom lembrar que homossexualidade não é doença! Cada um pode – e deve – direcionar seu desejo a quem quiser. Os meninos costumam ser preocupados com o tamanho do pênis…

O​ ​que​ ​assusta​ ​mais​ ​as​ ​meninas​ ​em​ ​relação​ ​a​ ​seu​ ​corpo?

As mulheres se preocupam muito com os quilinhos a mais. Tem gente que deixa até de fazer sexo por se sentir “gorda”. Isso é uma grande bobagem. Sexo envolve troca, cumplicidade, parceria, afeto. O que importa é estar bem com a outra pessoa e consigo mesmo!

 

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